Um dos maiores projetos sociais na periferia de São Paulo amplia atuação com a ajuda da iniciativa privada.

Onde o Estado falha, resta a sociedade civil fazer diferença. Foi assim que aconteceu o desenvolvimento da Associação Educaciona e Assistencial Casa do Zezinho, localizada na periferia da Zona Sul de São Paulo, projeto sócioeducativo cuja ousadia chamou a atenção de empresas como Votorantim e Pfizer. Em 1993, quando a educadora Dagmar Rivieri Garroux, mais conhecida como Tia Dag, e seu marido, Saulo Garroux, decidiram criar a Casa do Zezinho, a situação no chamado Triângulo da Morte - Parque Santo Antônio, Jardim Ângela e Capão Redondo -, era de guerra civil, a ponto de Organização das Nações Unidas escolher a região como o local mais violento do mundo, com a média de dois assassinatos por dia.

Foi em meio à região de conflito que nasceu a Pedagogia do Arco Íris, voltada a acolher crianças e jovens de 6 a 21 anos, em situação vulnerável, para trazê-los de volta a um percurso rumo à plena cidadania, com atividades de educação, arte, cultura e formação geral e em oficinas de capactiação profissional. Essa ação vai além das atividades de sala de aula. A instituição acompanha cerca de 1,5 mil Zezinhos (como são chamados os meninos e meninas que frequentam a instituição) em todas as áreas relacionadas à infância e juventude, dentre elas, a saúde.

A Casa do Zezinho conta com Projeto "Se Cuida, Zezinho", que oferece atendimento de saúde aos sábados, a cera de 100 crianças e adultos da comunidade. E agora, quer ampliar sua atuação A ONG está construindo um novo espaço de saúde para ampliar seu atendimento/ano de 5mil para 10mil. "Já oferecemos acompanhamento nutricional, aulas de ioga, acupuntura e outras terapias que não são atendidas  pelo SUS (Sistema Único de Saúde)", afirma Gwenaelle Maltre, diretora financeira da instituição.

Com a ampliação, a ideia é atrair mais familiares de Zezinhos. "Não dá para separar a educação da saúde, mas também não dá para continuar oferecendo acupuntura e maculelê no mesmo espaço. Atuamos em área de violência e trazer formas de avaliar esse peso, como massagens, pode ajudar no desenvolvimento  familiar", diz.

O projeto, assim como outros da entidade, é feito em parceria com a iniciativa privada. O espaço, que começou a ser construído em dezembro em um terreno doado na regição, vai receber R$ 1 milhão em investimentos, sendo que R$ 400 mil já foram garantidos com a ajuda de empresa - a Pfizer doou R$ 150 mil, o Centro Vivo, R$ 200 mil e a Votorantim R$ 50 mil. "A Pfizer já confirmou um novo aporte de R$ 100mil em 2013 e em 2014 para apoiar a manutençaõ do projeto", conta Gwenaelle. As empresas podem doar de três formas: dinheiro, material e mão de obra.

O plano é que o centro de atendimento à saúde fique pronto em abril desse ano. Até mesmo porque, a entidade tem outros planos para crescer. "Queremos construir uma creche para crianças de 3 a 5 anos na favela, um público que hoje não é atendido", diz Gwenaelle.