Empresas recuperam prédios degradados do Centro para revender e promovem valorização de até 150%.

Uma alternativa para atender à demanda de pessoas que querem morar no centro, mesmo com a escassez de terrenos para lançamentos, é o retrofit. O método que virou tendência e atrai incorporadoras e grupos de investidores envolve a reforma estrutural de edifícios. A técnica permite que prédios antigos antigos - muitas vezes deteriorados - sejam transformados em novos.

Atuando há 12 anos nesse nicho de mercado, o administrador Henrique Staszewski, da Centro Vivo, diz que já comprou, revitalizou e comercializou quase 30 prédios em São Paulo. "Muitos deles estavam em mau estado e outros até abandonados. Após a revitalização, todos ficaram valorizados", afirma Staszewski.

Um desses edifícios é o Artemisia, na Avenida São João, na Santa Cecilia. No prédio construído na década de 1920, de 30 unidades, foram trocadas toda a intalação elétrica e parte hidráulica. O reboco e a pintura fachada externa e interna foram refeitos, além da instalação de uma central digital de intefones nas portarias.

"A conclusão da obra demorou aproximadamente um ano, mas vendemo 80% dos imóveis em menos de 2 meses", disse o administrador que ressalta a valorização de cerca de 150% das unidades. "Na época que compramos o edifício, cada apartamento valia R$ 50 mil. Depois da reforma, passou a valer até R$ 115 mil".

A técnica de informática Erci Rodrigues, de 43 anos, é uma das moradoras. Segundo ela, a reforma do prédio, além da valorização, trouxe segurança. "Agora as portas são abertas por acionamento eletrônico e contamos com câmeras de segurança. Hoje cada apartamento deve valer cerca de R$ 250 mil", disse Erci, que mora em uma unidade de 110m² de três dormitórios. O espaço interno amplo das unidades, aliás, costuma ser um atrativo dos imóveis antigos.

Trabalhando há quatro anos com um grupo de investidores do setor imobiliário,o arquiteto Pierre Mermelstein vai atrás de edifícios degradados e viabiliza a compra junto às incorporadoras. Para ele, esse tipo de negócio é uma tendência na cidade. "Há muitos prédios ociosos no centro de São Paulo. E, com a revitalização, todo o entorno do prédio reformado também se valoriza", constata.

Mermelstein, que revitalizou o edificio Marajó, no Anhangabaú, afirma que das 68 unidades de 35m² a 50m², 26 foram vendidas ao preço de R$ 3mil o m². "Houve uma valorização de 40% nos imóveis", disse.